De Olho na Política - E o desmonte continua


Clique para ampliar
Dia:
1
Mês:
Ano:
-
Nome da fonte:
Jornal Espaço Aberto (SP)
Tipo de fonte:
jornais, outros, pesquisa web
Página:
Edição:
Editora:
p.8
00494
Propriedade da fonte:
Arquivo online geral
Fundo ou Acervo:
Hemeroteca Digital Brasileira
Link original:
Endereço (mapa):
Local histórico:
Local ausente ou desconhecido
Nome do(s) artista(s):
Nome artístico ou apelido:
Função do(s) artista(s):
Instrumento musical:
Título da publicação:
De Olho na Política - E o desmonte continua
Eixo Temático:
Orquestras
#Culturageral
2017
Nome do grupo artístico:
Tags:
Coluna de opinião - Jornal Espaço Aberto (SP)
.
De Olho na Política
Carlos Pinto
E o desmonte continua
Por vezes tenho a impressão que os fazedores de cultura, são os culpados por todas as mazelas que ocorrem neste País. Trensalão, petrolão, mensalão, falcatruas nas construções de hidroelétricas e usinas nucleares, além dos assaltos praticados na Caixa Econômica Federal, são obras de produtores culturais e artistas deste imenso pais. Mas também me detenho ao ler e ouvir o noticiário sobre essas maracutaias, e não ouço falar em nenhum fazedor de cultura, envolvido nessas patifarias ou preso em Curitiba.
Então porque a Cultura tem que ser desmontada, para saldar compromissos do Estado? Os orçamentos para o setor são os mínimos possíveis, e assim mesmo, os governantes de plantão desmontam orquestras, fecham oficinas culturais e fundações do setor. Desmentindo a nota da Secretaria de Estado da Cultura, que me alertou estar desinformado quando escrevi recentemente sobre o assunto, o Governador Geraldo Alckmin mandou fechar a Oficina Cultural Pagu, uma das mais antigas do Estado, cuja sede era em Santos.
Prefere utilizar as instalações da chamada Cadeia Velha, recém reformada, para acomodar a AGEM- Agencia Metropolitana, que assim deixa de pagar aluguel onde está instalada. No contrapeso, leva o Projeto Guri para uma das antigas celas, enquanto o resto do prédio não se sabe o que vai acontecer. A AGEM, até aqui um órgão inócuo, pelo espaço que necessita, pode utilizar uma cela para suas instalações sem a necessidade de se determinar o fim da Oficina Cultural Pagu.
O pior, é ler declarações de secretários de cultura da região, alinhados com o tucanato, em uma demagogia barata e recheadas de mediocridade, longe de defender os interesses da cultura da região. Mas os desmanches não param por aqui. O novo prefeito de São José dos Campos, como um de seus primeiros atos foi determinar o fim da Orquestra Sinfônica Municipal, que vinha desenvolvendo um belo trabalho nos últimos anos. E ainda mais, pretende este tucaninho, fechar a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que a longos anos presta serviços não só a São José dos Campos, como para as demais cidades do Vale do Paraíba.
Em Franca, o novo prefeito que não é tucano, mas é de um partido agregado, tinha ou tem como meta, fechar a FEAC-Fundação de Esportes, Arte e Cultura, mas para efetuar tal desmonte é obrigado a passar pela Câmara Municipal. Para tanto, nomeou para a FEAC um candidato a vereador que não se elegeu, talvez com a função precípua de dar um fim no referido órgão. Pretende ainda este prefeito jejuno, nomear outro candidato a vereador que também não se elegeu, para ser o diretor do Teatro Municipal da cidade.
E assim caminham estes novos tempos, recebendo informações de companheiros de outras cidades onde o desmanche também corre solto. Apenas para finalizar, fica uma pergunta no ar: Qual o crime cometido pelos produtores culturais e artistas desta Nação?
Carlos Pinto-Jornalista e Presidente do ICACESP