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Caetano cantaria: a dor e a delícia de ser Sérgio Weiss

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Dia:  

9

Mês:  

Ano:  

12

Nome da fonte:  

Jornal Ovale

Tipo de fonte:  

jornal

Página:  

Edição:  

Editora: 

p. 10

-

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Propriedade da fonte:  

Arquivo CDM/ SOCEM

Fundo ou Acervo:

Arquivo CDM/ SOCEM

Link original:  

Endereço (mapa):

São José dos Campos, SP, Brasil

Local histórico:

Local ausente ou desconhecido

Nome do(s) artista(s):  

Sérgio Weiss

Nome artístico ou apelido:  

Função do(s) artista(s):  

Piano

Instrumento musical:  

Piano

Sérgio Weiss

Título da publicação:  

Caetano cantaria: a dor e a delícia de ser Sérgio Weiss

Eixo Temático:  

Pianistas

#mpb #popular

2012

Nome do grupo artístico:  

Tags:  

00:00 / 01:15

Pianista levou o nome de São José ao país com o Biriba Boys: hoje, lamenta por não fazer parte da cidade.

FLAVIA MARREIRA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
As marcas na pele não escondem a bagagem de 84 anos joseenses, que ajudaram a de senvolver a cidade e a levar o nome de São José para outros cantos do país e do mundo desde a década de 1950
A tarefa não foi fácil. Afinal, Sergio Weiss, infelizmente ho je já não mais tão ativo e animado, tocou em mais de 4.000 bailes de todo o Brasil com seus grupos Biriba Boys e com o Brasilia Modern Six. Foi esportista e ajudou a fundar o Tênis Clube. Ele também é filho dos fundadores da antiga Cerâmica Weiss.
No piano de calda que fica na sala de seu apartamento com vista privilegiada para o Banhado "no fim da tarde, o céu fica laranja, vermelho, rоxo, azul, de todas as cores", descreve Sérgio, seus dedos ainda virtuosos relembram canções que o promoveram e fizeram até o disco da sua ban-da ser lançado com encarte traduzido no Japão, numa épo ca em que as distâncias eram mais reais (não havia internet) e que a gravação de CDs era bem complicada: tinha que ser ao vivo dentro do estúdio.
"Não podia errar. Ia tocando, se errar, para. Começa outra vez, conta ele.

Paixão. Mesmo tendo se apal xonado pelo Rio de Janeiro, onde, segundo ele, ocorriam os melhores bailes, Sérgio nunca se mudou de São José.
Viajava de trem para os shows, conheceu quase todo o Brasil. Hoje, ele se emociona ao mostrar, com tanto saudosismo, um mapa do Brasil que mantém em seu escritório com uma espécie de alfinetes em todas as cidades por onde passou para tocar. Os espaços "em branco" são poucos.
Mesmo assim, ele manteve suas raízes na cidade em que nasceu, cresceu e se casou com dona Maria Helena, hoje com 77 anos.
E a paixão por São José é tanta que ele já fez parte de várias festividades oficiais da cidade. Sérgio compôs o hino chamado "Minha Cidade", o qual foi instituído como canção oficial dos festejos de aniversário de São José, por lei municipal em 2008 - o que o enche de orgulho, assim como as apresentações com suas bandas nos bailes.

Grupos. Apresentações essas que promoveram São José "Em vários lugares do Brasil, quando eu dizia que o conjunto era de São José dos Campos, me perguntavam 'onde fica isso? Eu dizia que era perto de Taubaté, e eles falavam 'ah, sim. Agora sei onde é", contou "São José não era nada", ressalta Sérgio, que lembra que, na época, não havia nada para fazer na cidade. O programa principal era passear de balsa no Rio Paraíba do Sul. Esportista e dono de vários troféus -praticava tênis, joga va futebol, entre outros esportes - fundou o Tênis Clube diante de uma necessidade em 1948. Lá, havia um piano velho, que ele tocava. Um amigo foi aparecendo dizendo que tinha um instrumento, outro tinha outro instrumento, e assim foi formado o Biriba Boys.
"Tocamos no Tênis (clube), uma pessoa de Caçapava viu e nos levou para tocar lá. De lá, nos levaram para Taubaté e assim fizemos sucesso no Brasil inteiro", contou. Até 1975, sua vida era de viagens.
Naquele ano, diante de problemas judiciais com um dos integrantes que tentou "arrancar" dinheiro dele, resolveu vender o grupo para os próprios músicos. "Vendi por 60 mil 'merreis', em 12 parcelas de 5.000.
No primeiro mês, recebi certinho. No segundo, atrasou 10 dias, no terceiro pagou metade. O quarto mês, pagou menos de novo. O quinto, espero até hoje (risos)." Depois, ele montou o "Brasilia Modern Six", que também fez sucesso pelo país. "Eu era muito à frente. Começaram a surgir outros conjuntos e todo mundo queria me copiar. Eu ouvia a rádio de madrugada e já aprendia as músicas que lançavan e apresentava nos bailes". Foi um tempo de glória para Sérgio.
Em 1993, ele foi ao Programa do Jô Soares, o "Jô Onze e Meia", na época exibido no SBT. O sonho dele é ser entrevistado novamente no pelo apresentador.

Casamento. Com filhos ainda crianças e uma casa para cuidar - hoje, o casal tem três filhos e quatro netos - Helena nã o acompanhava na maioria dos shows. Quando questionado sobre o casamento, realizado em fevereiro de 1962, ele responde "Foi fácil".Em seguida, ele nos chama para a sala e, com seus passos curtos e uma dificuldade para se sentar, nos mostra fotos dos dois jovens. "Olha que bonitão", brinca, referindo-se a si mesmo, na década de 1980 (veja foto abaixo). Ele contou que, na época, acabara de fazer 30 anos e decidiu que precisava se casar para constituir uma família. "Estava de olho em três moças, uma era ela", conta Sérgio, apontando para a mulher. "Uma se casou, então ficaram duas", completou.
Então, ele começou a namorar a segunda moça, que não era Helena. "Mas ela tinha mau hálito, tinha fedor de sovaco, era chata, era mais alta que eu". O namoro acabou e ele resolveu investir na Helena "A familia dela era muito amiga. Eu ia lá, tinha um piano. Eu fazia de conta que ia lá pra tocar, mas ficava olhando pra ela. Começamos a namorar e depois nos casamos. Helena é mulher batalhadora, na luta contra o câncer há oito anos, cheia de planos e vontade de viver.

Desanimo. Ao contrário de Sérgio. Quando ele olha para trás... "Tenho muito orgulho porque ajudei, tenho parte nisso. Já falei para os vereadores: 'se quando eu morrer, colocar nome de rua nesses bairros afastados, vou vir puxar o pé à noite' brinca. Mas a vista que tem para o Banhado e o piano são hoje suas maiores diversões. É lá, de dentro do apartamento, que ele fica o dia inteiro lembrando de tudo o que viveu e construiu em São José, com tanta saudade, um pouco de felicidade e muita tristeza. "Hoje eu estou triste, porque não faço parte de mais nada disso, disse. Que isso, Sérgio Weiss! O senhor "é" São José!

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